Por Lucas Portilho

Com mais de 15 participações, “Poetry In Motion” (AudioPorn) é o segundo LP produzido pelo MC britânico Coppa. Com lançamento previsto para o dia 16 de março, este trabalho conta com as participações de L 33, Saxxon, Gydra & Jess, o duo NCT e os brasileiros Alibi.

Com gêneros e levadas abrangentes, o lançamento deve ser considerado como uma verdadeira coletânea de tudo que há de bom do drum and bass: neuro, liquid e jungle são exemplos.

Para aquecer os motores para o lançamento, uma conversa com o MC e produtor musical foi feita entre as “folgas” na agenda agitada do artista, confira com exclusividade nas linhas abaixo.

Drumnbass.com.br: Quando você começou a trabalhar como MC?

MC Coppa: Por volta dos anos 2000 profissionalmente, mas eu fui introduzido ao drumnbass (como ouvinte) em 1998.
Minha primeira vez ouvindo drumnbass em um Club, foi quando meus amigos me carregaram para um Club em Leeds para ouvir o DJ favorito deles: Bryan Gee (sorri). Eu nunca tinha ouvido drumnbass em um clube antes, e eu me surpreendi!




Drumnbass.com.br: Por que você escolheu o Drumnbass como seu estilo favorito?

MC Coppa: Bem... o drumnbass foi, na verdade, o primeiro estilo musical que eu escrevi rimas e apresentei ao vivo.
Eu também comecei a escrever letras de hip hop e ragga (somente por diversão) para apresenta-las em uma rádio pirata da minha cidade.
Eu iria com um amigo para um show, que era algo próximo das quatro da manhã em uma quarta a noite, e relaxar, escrever umas rimas e ouvir a sua apresentação. E foi neste lugar que eu comecei a ler as minhas primeiras rimas no microfone (eu tenho certeza que neste momento tinha algo próximo de duas pessoas ouvindo, risos).
Desde então eu comecei a fazer mais e mais e eventualmente comecei a apresentar em casas e clubs locais. O resto é história.





Drumnbass.com.br: Desde o começo, o que motivou você a continuar no caminho do drumnbass?

MC Coppa: Eu amo a energia pura que a música traz e a forma que a cultura abraça as pessoas de uma variedade grande de vida e background social.
Para mim, é a cultura musical mais inclusiva que existe. Historicamente, foi concebido por um grupo de pessoas de todas as raças, culturas em prol de um único e poderoso movimento. É isto que tem me mantido no caminho por tanto tempo, fazer parte tanto de uma cultura, quanto de um movimento é muito gratificante para mim e traz tanto prazer e satisfação como todos que gostam deste estilo musical.




Drumnbass.com.br: Quantos releases você lançou? Nos conte o melhor na sua opinião.

MC Coppa: Eu contei até o final do último ano algo próximo de 90 (somente drumnbass, faixas originais e remixes).
Com a minha voz, desde 2003, mas se você incluir todas as músicas que eu gravei e lançamentos, é um número muito maior (risos).
Este ano eu bati a marca de 100 lançamentos! Para escolher a faixa favorita, seria quase impossível, muita das músicas tem um lugar especial no meu coração e, inclusive, define um período especial da minha carreira e vida.





Drumnbass.com.br: Você vai lançar um álbum histórico em março, nos conte um pouco sobre os artistas que podemos encontrar ao longo das faixas e os “behind the scenes” do seu trabalho.

MC Coppa: Para este álbum eu realmente queria expandir a minha unificação das vibes dos gêneros de drumnbass que empurraram o meu primeiro álbum “An Act of Agression”.

O foco principal deste LP foi incluir todos os diferentes estilos de drumnbass que eu amo, gosto e respeito, além de dar a chance de alcançar alguns dos artistas que eu sempre admirei e nunca tive a oportunidade de trabalhar com eles.
Pessoas como o Muffler, que eu conheço as suas produções desde o começo dos anos 2000, e ao longo de 9 anos fizemos algumas colaborações, mas nunca algo de tirar o fôlego, então envolver ele neste projeto e lançar uma faixa juntos, como a “Aurora”, é algo mágico.



Artistas como Malaky, NCT e Dexcell também tem estado no meu radar musical por um tempo também. Tive a oportunidade de trabalhar com os meninos do Alibi e, depois da nossa colaboração na faixa “Trunk” (ano passado), serei um fã eterno destes garotos, a música “Trunk” está no meu top 5 das melhores colaborações de todos os tempos.



A faixa “Congo” tem uma história interessante e a participação de um amigo da Jamaica, “Future Kid”, que conheci quando estava vivendo em Bradford (no começo dos anos 2000). Nós produzimos algumas músicas juntos, mas ele teve que voltar para Jamaica (no entanto continuamos a ter contato). A última vez que produzimos uma faixa juntos foi a 15 anos atrás, então é muito legal voltar a ter contato com ele e reunir novamente.



Vale mencionar que o L 33 realmente detonou com as batidas e a vibe para a faixa. Future Kid gravou a sua voz por cima do ritmo e a linha que ele menciona sobre o Congo. Isto realmente abalou a minha cabeça porque eu assisti muitos documentários e li muitos livros sobre a guerra civil no Congo: crianças e um conflito horrível pelo comércio de diamantes, situação que me estimulou a escrever versos sobre esta história.



"See there’s killers in forest there just babes in the wood, blood money over jewels, paid in full for the goods, it came from round here it’s the jungle not the woods, the diamond in your ear your trying to hide up in ya hood” (veja que há assassinos na Floresta, e somente bebês entre as árvores, dinheiro de sangue pelos diamantes, pagos inteiramente pelos bens, ele veio dar uma volta pela Floresta, não pelas árvores, o diamante na sua orelha tentando esconder no seu capuz), é daí que as linhas da música vem...




Drumnbass.com.br: O que podemos esperar dos próximos episódios do “MC Coppa Show”?

MC Coppa: Este ano eu vou estar na estrada como meu show Coppa Live / Poetry in Motion Live, apresentações que estarei desenvolvendo uma performance com as minhas músicas do álbum Live, e muitos das minhas participações ao vivo e materiais colaborativos que eu lancei ao longo dos anos.



Eu já tenho alguns shows agendados para este ano, e para mim é incrível apresentar as minhas faixas ao vivo para as pessoas. Eu acho que é um nível natural de progressão como artista: eu sempre tenho priorizado as minhas apresentações, então eu me sinto em casa na frente destas pessoas.



Eu também tenho muitos lançamentos previstos e alguns que eu posso mencionar é uma faixa na Liquicity com a participação do Madface, e outra grande colaboração para o novo álbum do Zardonic que será lançado muito em breve! Aguardem!



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